domingo, 28 de agosto de 2011

Sinto falta dos meus amigos. E da amizade dos meus amigos. E do colo. E do abraço. Sinto falta de quando eles me adicionavam há tudo que faziam. Sinto falta de quando eu era a mais nova, ou a mais velha, ou a mais animada, ou a mais calada. Eu sempre era mais alguma coisa. E hoje em dia sou apenas a mais sem amigos, a mais sem saídas, a mais sem assuntos, a mais sem novidades e a mais sem ninguém. Só me restaram, dos antigos amigos, as boas lembranças. E dos novos também. As vezes, alguns me dizem que é porque o tempo passa e as coisas mudam. Exatamente, as coisas mudam, mas as amizades só mudam se a gente quiser. Eu não quis. Eles quiseram. Fizeram novos vínculos de amizade com pessoas mais interessantes do que eu. E eu? Eu não tenho mais amigos. Não tenho mais isso de melhor amiga e melhor amigo. Já tive. Hoje não tenho mais, pois, todos nós sabemos, que, um dia, tudo isso acaba e aquele melhor amigo passa a ser só amigo e, depois... depois sabe se lá o que ele se torna. Mas eu não quis assim. Sempre tive aquele sonho de estar velhinha ao lado de uma amiga, sorrindo e relembrando os fatos que aconteceram na adolescência, mas isso não irá acontecer. E é doloroso admitir que sou sozinha. Tão doloroso como quando tive que aprender a brincar sozinha, a me divertir sozinha, a ficar sozinha, a viver sozinha, a ir ao cinema sozinha, a ir ao shopping sozinha, a sorrir sozinha... a chorar sozinha. E essa dor só não é pior do que ter que admitir que não tenho mais amigos.

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